
Pedagogia – 6º Período – Manhã – Aimorés
Disciplina: Tecnologia e Educação
Professor: Luiz Otávio Correa
Aluna: Priscilla Ponzo Ferreira
O texto “A NOVA RELAÇÃO DO SABER” de Lévy relata sobre a evolução da Educação considerando a modalidade da Cibercultura. Cibercultura é a relação entre as tecnologias de comunicação, informação e a cultura.
O autor inicia seu texto discursando sobre a história da humanidade, onde fala que existem três constatações: a primeira diz respeito à velocidade de surgimento e de renovação dos saberes. A segunda constatação, ligada à primeira, diz respeito à nova natureza do trabalho, que não pára de crescer e a terceira e última constatação diz respeito ao ciberespaço que suporta tecnologias intelectuais que amplificam, exteriorizam e modificam várias funções cognitivas humanas: tais como memória, imaginação, percepção, raciocínios. Todas essas tecnologias intelectuais favorecem novas formas de acesso à informação; novos estilos de raciocínio e de conhecimento.
Diante de um mundo globalizado e de constantes mudanças a Educação também é um fator que merece atenção. Segundo Lévy (1999) é necessário construir novos modelos do espaço do conhecimento,sendo eles:
a) EAD (ensino aberto e a distância),
b) o reconhecimento das experiências adquiridas.
O Ensino Aberto e à Distância trabalha à distância e explora todas as técnicas e tecnologias da cibercultura. Lévy (1999) cita em seu texto que especialistas reconhecem que o ensino “presencial” e ensino “à distância” será cada vez menos pertinente pois o uso das redes de comunicações vem cada vez mais ampliando e integrando às formas de ensino. A segunda reforma ressalta que o importante é buscar as ferramentas do ciberespaço que permitem buscar diversos testes automatizados acessíveis a qualquer momento. Logo, conclui-se que o professor é um animador de inteligência coletiva em vez de um fornecedor de conhecimentos.
Para Lévy (1999) a web não é congelada no tempo, transforma-se momentaneamente, é um fluxo de informações. Relata ainda que, o fato de um texto ser apresentado na tela não muda nada. Os novos modelos de conhecimento oferecidos pela cibercultura ocupam um lugar central. Hoje as pessoas tem cada vez mais acessos às informações, trata-se de uma tecnologia intelectual que aumenta sua inteligência e permite que compartilhem, negociem e refinem modelos mentais comuns seja qual for sua complexidade.
Alguns países, primeiramente a Europa, iniciou um instrumento para a inteligência coletiva na educação e na formação: As Árvores de Conhecimentos. Esse instrumento visa trabalhar com competências que foi denominado como brevês. Sabe-se que cada indivíduo possui e adquire conhecimentos diferentes e essas árvores de conhecimentos funcionam como um mapa dinâmico, consultável em tela, possui aspecto de uma árvore e cada comunidade faz crescer uma árvore de forma diferente dado a formação de competências. As árvores de uma comunidade crescem e se transformam na mesma medida em que as competências da própria comunidade evoluem. Esse instrumento foi adotado posteriormente por outros países e teve como grande objetivo a disseminação de informações. Tornou-se possível dividir e trocar informações, conectar árvores, mergulhar umas árvores com as outras, trocar informações de pequenas com grandes árvores.
Dessa forma, pode-se concluir que a cibercultura é uma tecnologia de comunicação, informação e cultura que deve ser utilizada para trocar informações e as árvores de conhecimento propõem uma abordagem universal.
Bibliografia
Lévy, Pierre. Cibercultura. Tradução de Carlos Irineu da Costa. São Paulo. 34 ed. 1999. 157-183.
Pedagogia – 6º Período – Manhã – Aimorés
Disciplina: Tecnologia e Educação
Professor: Luiz Otávio Correa
Aluna: Nirlene Fonseca de Souza
O autor Pierre Lévy, faz uma análise prévia da mutação contemporânea da relação do saber e faz uma reflexão sobre sistemas educacionais deve-se considerar a nova relação com o saber. Sua primeira constatação é sobre a velocidade de surgimento e de novação dos saberes savoir-faire; a segunda constatação diz respeito a nova natureza do trabalho, cuja parte de transação de conhecimentos não para de crescer; e a terceira constatação é de que o ciberespaço suporta tecnologias intelectuais que amplificam, exteriorizam e modificam numerosas funções cognitivas humanas, como: memória, imaginação, percepção, e raciocínios. E essas tecnologias intelectuais favorecem: as novas formas de acesso a informação e novos estilos de raciocínio e de conhecimento.
O trabalho não para de se modificar, ou seja, trabalhar significa cada vez mais aprender, transmitir e produzir conhecimentos. Com as novas tecnologias, devemos abrir para uma nova relação com o saber, onde o ensino é organizado de forma aberto, de acordo com contextos e sempre contínuo. O saber-fluxo, o trabalho-transação de conhecimento, as novas tecnologias da inteligência individual e coletiva mudam profundamente os dados do problema da educação e da formação. O que é preciso aprender não pode mais ser planejado nem precisamente definido com antecedência.
Segundo Levy o ideal iluminista da Enciclopédia visava o domínio e a totalização do conhecimento. Antes da escrita, na sociedade oral, quando um velho morria era uma biblioteca que se perdia. Com a escrita, o conhecimento não se perdia, uma vez que era armazenado no livro. O ciberespaço ganha ainda mais mobilidade de armazenamento e circulação tornando-se inabalável. Dentre os novos modos de conhecimentos trazidos pela cibercultura a simulação ocupa um lugar central. A simulação tem papel cada vez mais crescente em experimentos científicos, industriais, além de diversões. Levy conclui que; qualquer política educacional terá que levar em conta a nova dimensão das possibilidades do ciberespaço.
O autor faz uma crítica na nova pragmática das comunicações criadas pelo ciberespaço, transportando o esclarecimento da teoria do conceito de universal sem totalidade. Sendo assim é possível entender a movimentação social que existe e que se propaga a partir da cibercultura, tendo a sua formação estética e da relação da mesma com o saber a percepção de uma necessidade de reformas educacionais na cibercultura. Segundo o autor devem-se construir novos modelos do espaço dos conhecimentos. E duas grandes reformas são necessárias nos sistemas de educação e formação. Primeiro a aclimatação dos dispositivos e do espírito de EAD (Ensino Aberto e a Distância) e segundo diz respeito ao reconhecimento das experiências adquiridas.
Em um plano puramente quantitativo, a demanda por formação é cada vez maior. E essa demanda não somente cresce como também sofre uma profunda mutação qualitativa. A simples tentativa de suprir essa demanda através da massificação não será suficiente, uma vez que, os indivíduos toleram cada vez menos cursos rígidos e uniformes, os quais, não atendem seu trajeto de vida.
As universidades, as escolas primárias e secundarias estão oferecendo aos estudantes as possibilidades de navegar no oceano de informação e de conhecimento acessível pela internet. Para os especialistas, a distinção entre ensino presencial e a distância será cada vez menos pertinente, já que o uso das redes de telecomunicação e dos suportes multimídia interativo vem sendo progressivamente integrado as formas mais clássicas de ensino.
A direção mais promissora da educação é a aprendizagem cooperativa. Nesse novo contexto a competência do professor deverá ser trocada de difusor de conhecimentos para a de incentivador das aprendizagens, no acompanhamento e na gestão de trocas de saberes.
Após o fim dos anos 60, começamos a experimentar uma relação com o conhecimento, as competências adquiridas por uma pessoa na sua juventude era transmitida aos aprendizes até o final de sua carreira quase inalterada. Hoje, a maioria dos saberes adquiridos no início de uma carreira ficam obsoletos no final de um percurso profissional, ou mesmo antes. A relação com a aprendizagem e produção de conhecimentos, hoje em dia, não está mais restrito à uma elite. Encontra-se disseminado à massa de pessoas em suas vidas cotidianas e seus trabalhos. O velho esquema, segundo o qual, se aprende uma profissão na juventude para exercê-la durante o resto da vida é posto em questão. E o sistema de diplomas parece cada vez menos adequado nos novos tempos.
Os processos sociais, tais como: as aprendizagens permanentes e personalizadas através da navegação, orientação dos estudantes em um espaço do saber flutuante e destotalizado, aprendizagens cooperativas, inteligência coletiva no centro de comunidades virtuais, desregulamentação parcial dos modos de reconhecimento dos saberes e gerenciamento dinâmico das competências em tempo real, atualizam a nova relação com o saber.
As árvores de conhecimentos são método informatizado para o gerenciamento global das competências nos estabelecimentos de ensino, empresas, bolsa de empregos, coletividades locais e associações. Hoje, essas árvores de conhecimentos, são experimentadas em diversos locais na Europa. As árvores de uma comunidade crescem e se transforma na mesma medida em que as competências da própria comunidade evoluem, mas a organização do saber expressa por uma arvore não é fixada para sempre, ela reflete a experiência coletiva de um grupo humano, evoluindo assim com esta experiência. A árvore não reflete as divisões habituais em disciplinas, em níveis, em cursos ou de acordo com recortes institucionais. Ao contrario o dispositivo de indexação dinâmica e de navegação que ela propõe produz um espaço do saber sem separações, em reorganização permanente de acordo com os contextos e os usos.
A representação em àrvore de conhecimentos permite a localização, da posição ocupada por determinado saber em um dado momento e os itinerários de aprendizagem possíveis para ter acesso a esta ou aquela competência. É possível fundir, dividir, conectar árvores, mergulhar pequenas árvores em outras maiores etc.
O autor Levy (1999) define a cibercultura como "o conjunto de técnicas (materiais e intelectuais), de práticas, de atitudes, de modos de pensamentos e de valores que se desenvolvem juntamente com o ciberespaço". Então, conclui-se que cibercultura é a relação entre as tecnologias de comunicação, informação e a cultura, emergentes a partir da convergência informatização/telecomunicação. O autor apresenta a favor do bem público seu ponto de vista, defendendo a promoção no ciberespaço de práticas de inteligência coletiva. O papel do professor tende a mudar, deixando de ser o difusor de saberes e passando a animador da inteligência coletiva, estimulando em seus alunos a troca de conhecimentos, permitindo, assim, o aumento do potencial da inteligência coletiva
Bibliografia
Lévy, Pierre. Cibercultura. Tradução de Carlos Irineu da Costa. São Paulo. 34 ed. 1999. 157-183.
Pedagogia – 6º Período – Manhã – Aimorés
Disciplina: Tecnologia e Educação
Professor: Luiz Otávio Correa
Aluna: Raquel da Silva Santos
A NOVA RELAÇÃO COM O SABER
Reflexões a respeito de formação na cibercultura devem partir de uma análise das mudanças recentes da relação com o saber, que são muitas nos últimos tempos. O ciberespaço suporta tecnologias intelectuais que favorecem novas formas de acesso à informação e novos estilos de raciocínio e de conhecimento. Essas tecnologias intelectuais, que são disponibilizados na rede, fazem aumentar o potencial de inteligência coletiva dos grupos humanos, pois são compartilhados entre numerosos indivíduos. È importante compreender que tecnologia intelectual não é determinado, pronto e acabado, que atende a todos os indivíduos sem pré-requisito. Mas é um espaço de conhecimento emergente, aberto, contínuo, que se reorganizando de acordo com a demanda e o contexto em que está inserido.
Nos sistemas de educação e formação duas grandes reformas são necessárias, é essencial um novo estilo de pedagogia, que favorece ao mesmo tempo as aprendizagens personalizadas e as aprendizagens coletiva em rede, em que o professor é um incentivador a inteligência coletiva de seus grupos de alunos, em vez de um fornecedor direto do conhecimento. Outra reforma se refere ao reconhecimento das experiências adquiridas, que os sistemas de educação precisam orientar os percursos de saberes individuais, incluindo os saberes não-acadêmicos, para que contribua no reconhecimento de saberes pertencentes às pessoas.
No ciberespaço, o saber se torna mais visível e tangível em tempo real, pois desembocam uma comunicação direta por vias virtuais expandindo de forma interativa o conhecimento. De acordo com o autor é notável novos modos de conhecimento trazidos pela cibercultura, trata-se de uma tecnologia intelectual que amplifica a imaginação individual e permite o compartilhamento entre os grupos aumentando a inteligência coletiva. Pelo que se percebem as técnicas de simulação que utilizam imagens interativas, não substituem os raciocínios humanos, mas prolongam e transforma a capacidade de imaginação e de pensamento, em que a capacidade de variar com facilidade os parâmetros de um modelo e observar imediatamente e visivelmente as variações constitui uma verdadeira ampliação da imagem, diferente da nossa memória de curto prazo, que possui capacidade muito limitada.
A simulação é um modo especial de conhecimento próprio da cibercultura nascente, em que nem teoria nem experiência, forma de industrialização da experiência e do pensamento. Seu interesse não é substituir a experiência, nem tomar o lugar da realidade, mas sim permitir a formulação e a exploração rápidas de grandes quantidades de hipóteses. A interconexão em tempo real certamente causa uma desordem, mas também é a condição de existência de soluções práticas para os problemas de orientação e de aprendizagem no universo do saber em fluxo.
O ideal mobilizador da informática não é mais a inteligência artificial, mas sim a inteligência coletiva, em qualquer que seja sua diversidade qualitativa e onde quer que se situa. Com o crescimento e a expansão do ciberespaço, todas as políticas de educação terão que levá-la em conta, pois muitas mudanças trazem para a educação, critérios de avaliação inéditos para orientar o saber e novos atores na produção e tratamento dos conhecimentos.
AS MUTAÇÕES DA EDUCAÇÃO E ECONOMIA DO SABER
Os sistemas de educação hoje estão transbordando de procuras, quase metade da sociedade está, ou gostaria de estar, na escola e a busca por universidades é cada vez maior. Com isso as novas técnicas de ensino precisam ser pensadas e é ai que surge também a procura por cursos virtuais, que tanto no plano das infra-estruturas matérias como no dos custos de funcionamento, custam menos do que as escolas e universidades matérias fornecem um ensino presencial.
O crescimento da demanda de formação não tem apenas um crescimento quantitativo, mas sofre também uma grande mudança qualitativa com uma necessidade de diversificação e de personalização, exigindo cada vez mais cursos menos uniformes ou rígidos e sim mais personalizados, que atenda as especificidades de cada um. O novo paradigma da navegação que se desenvolve nas práticas de levantamento de informações e de aprendizagem cooperativa no centro do ciberespaço mostra a via para um acesso ao conhecimento ao mesmo tempo massificado e personalizado.
As instituições de ensino têm proporcionado aos estudantes as possibilidades de navegar no oceano de informação e de conhecimento acessível pela internet. Há sistemas que permitem acessos intuitivos, rápidos e atraentes a grandes conjuntos de informação e simulação que levam os estudantes a familiarizarem-se abaixo custo com a prática de fenômenos complexos sem se submeterem a situações perigosas e de difícil controle. Diante disso especialistas reconhecem que a distinção entre ensino presencial e ensino a distância se torna cada vez menos pertinentes, já que o uso de redes vem se aproximando ás formas clássicas de ensino.
As mudanças qualitativas nos processos de aprendizagem, procura menos transferir cursos clássicos para formatos hipermídia, do que, instituir novas formas de aquisição dos conhecimentos. Nesse novo método, professores e alunos aprendem ao mesmo tempo, partilhando recursos matérias e informacionais de que dispõem. A formação contínua dos professores é uma das aplicações mais evidentes dos métodos de aprendizagem aberta e a distância. Tornando-se mais fácil e acessível às informações aos estudantes, a função do professor deixa de ser uma difusão do conhecimento, e deve se tornar um animador da inteligência coletiva do seu grupo. Sua atividade deve-se centrar no acompanhamento e na gestão das aprendizagens.
As novas formas de comunicação, aprendizagem coletiva e colaboração em rede oferecidas pelo ciberespaço colocam em questão o funcionamento das empresas e escolas, seus modos clássicos de divisão do trabalho e muitos outros questionamentos. Mas é preciso entender que a cibercultura, não se trata de usar as tecnologias a qualquer custo, mas sim de acompanhar consciente e deliberadamente as formas institucionais, as mentalidades e a cultura tradicional dos sistemas de ensino. A grande questão da cibercultura é a transição de uma educação e formação estritamente institucionalizada, para uma situação de troca generalizada dos saberes, o ensino da sociedade por ela mesma.
AS ÁRVORES DE CONHECIMENTOS, UM INSTRUMENTO PARA A INTELIGÊNCIA COLETIVA NA EDUCAÇÃO E NA FORMAÇÃO
Com o uso de tecnologias, cada membro de uma comunidade pode fazer com que toda a diversidade de suas competências seja reconhecida, mesmo aquelas que não foram reconhecidas pelos sistemas escolares e universitários clássicos, fazem com que a comunidade cresça e se transforma na mesma medida em que as competências da própria comunidade evoluem. A organização do saber reúne saberes especializados, competências individuais, e evolui com as experiências coletivas, num sistema de árvore de competências. Essa organização diferente para cada comunidade, não reflete as divisões habituais em disciplinas, em níveis, em curso ou de acordo com recordes institucionais. Ao contrário, o dispositivo de indexação dinâmica e de navegação que ela propõe produz um espaço do saber sem separação, em reorganização permanente de acordo com os contextos e os usos.
Contribuindo para que as pessoas adquiram, uma melhor apreensão de sua situação no espaço do saber das comunidades das quais participam e podem elaborar, com conhecimento de causas, suas próprias estratégias de aprendizagem. Outro sistema interessante são os sistemas de correio eletrônico, que é um instrumento a serviço do laço social que permite trocas de saberes e emprego das competências.
Essa organização pode ate mesmo contribuir na luta contra a exclusão e o desemprego, e um melhor gerenciamento de competências, contribuindo para validar a qualificação, possuindo, portanto, efeitos positivos sobre a sociabilidade. Esse instrumento torna visível em tempo real à evolução rápida de competências muito diversas. Ao permitir a expressão da diversidade das competências, não restringe os indivíduos a uma profissão ou categoria, favorecendo assim o desenvolvimento pessoal contínuo.
BIBLIOGRAFIA: Lévy, Pierre. Cibercultura. Tradução de Carlos Irineu da Costa. São Paulo. 34 ed. 1999. 157-183.
Reflexões a respeito de formação na cibercultura devem partir de uma análise das mudanças recentes da relação com o saber, que são muitas nos últimos tempos. O ciberespaço suporta tecnologias intelectuais que favorecem novas formas de acesso à informação e novos estilos de raciocínio e de conhecimento. Essas tecnologias intelectuais, que são disponibilizados na rede, fazem aumentar o potencial de inteligência coletiva dos grupos humanos, pois são compartilhados entre numerosos indivíduos. È importante compreender que tecnologia intelectual não é determinado, pronto e acabado, que atende a todos os indivíduos sem pré-requisito. Mas é um espaço de conhecimento emergente, aberto, contínuo, que se reorganizando de acordo com a demanda e o contexto em que está inserido.
Nos sistemas de educação e formação duas grandes reformas são necessárias, é essencial um novo estilo de pedagogia, que favorece ao mesmo tempo as aprendizagens personalizadas e as aprendizagens coletiva em rede, em que o professor é um incentivador a inteligência coletiva de seus grupos de alunos, em vez de um fornecedor direto do conhecimento. Outra reforma se refere ao reconhecimento das experiências adquiridas, que os sistemas de educação precisam orientar os percursos de saberes individuais, incluindo os saberes não-acadêmicos, para que contribua no reconhecimento de saberes pertencentes às pessoas.
No ciberespaço, o saber se torna mais visível e tangível em tempo real, pois desembocam uma comunicação direta por vias virtuais expandindo de forma interativa o conhecimento. De acordo com o autor é notável novos modos de conhecimento trazidos pela cibercultura, trata-se de uma tecnologia intelectual que amplifica a imaginação individual e permite o compartilhamento entre os grupos aumentando a inteligência coletiva. Pelo que se percebem as técnicas de simulação que utilizam imagens interativas, não substituem os raciocínios humanos, mas prolongam e transforma a capacidade de imaginação e de pensamento, em que a capacidade de variar com facilidade os parâmetros de um modelo e observar imediatamente e visivelmente as variações constitui uma verdadeira ampliação da imagem, diferente da nossa memória de curto prazo, que possui capacidade muito limitada.
A simulação é um modo especial de conhecimento próprio da cibercultura nascente, em que nem teoria nem experiência, forma de industrialização da experiência e do pensamento. Seu interesse não é substituir a experiência, nem tomar o lugar da realidade, mas sim permitir a formulação e a exploração rápidas de grandes quantidades de hipóteses. A interconexão em tempo real certamente causa uma desordem, mas também é a condição de existência de soluções práticas para os problemas de orientação e de aprendizagem no universo do saber em fluxo.
O ideal mobilizador da informática não é mais a inteligência artificial, mas sim a inteligência coletiva, em qualquer que seja sua diversidade qualitativa e onde quer que se situa. Com o crescimento e a expansão do ciberespaço, todas as políticas de educação terão que levá-la em conta, pois muitas mudanças trazem para a educação, critérios de avaliação inéditos para orientar o saber e novos atores na produção e tratamento dos conhecimentos.
AS MUTAÇÕES DA EDUCAÇÃO E ECONOMIA DO SABER
Os sistemas de educação hoje estão transbordando de procuras, quase metade da sociedade está, ou gostaria de estar, na escola e a busca por universidades é cada vez maior. Com isso as novas técnicas de ensino precisam ser pensadas e é ai que surge também a procura por cursos virtuais, que tanto no plano das infra-estruturas matérias como no dos custos de funcionamento, custam menos do que as escolas e universidades matérias fornecem um ensino presencial.
O crescimento da demanda de formação não tem apenas um crescimento quantitativo, mas sofre também uma grande mudança qualitativa com uma necessidade de diversificação e de personalização, exigindo cada vez mais cursos menos uniformes ou rígidos e sim mais personalizados, que atenda as especificidades de cada um. O novo paradigma da navegação que se desenvolve nas práticas de levantamento de informações e de aprendizagem cooperativa no centro do ciberespaço mostra a via para um acesso ao conhecimento ao mesmo tempo massificado e personalizado.
As instituições de ensino têm proporcionado aos estudantes as possibilidades de navegar no oceano de informação e de conhecimento acessível pela internet. Há sistemas que permitem acessos intuitivos, rápidos e atraentes a grandes conjuntos de informação e simulação que levam os estudantes a familiarizarem-se abaixo custo com a prática de fenômenos complexos sem se submeterem a situações perigosas e de difícil controle. Diante disso especialistas reconhecem que a distinção entre ensino presencial e ensino a distância se torna cada vez menos pertinentes, já que o uso de redes vem se aproximando ás formas clássicas de ensino.
As mudanças qualitativas nos processos de aprendizagem, procura menos transferir cursos clássicos para formatos hipermídia, do que, instituir novas formas de aquisição dos conhecimentos. Nesse novo método, professores e alunos aprendem ao mesmo tempo, partilhando recursos matérias e informacionais de que dispõem. A formação contínua dos professores é uma das aplicações mais evidentes dos métodos de aprendizagem aberta e a distância. Tornando-se mais fácil e acessível às informações aos estudantes, a função do professor deixa de ser uma difusão do conhecimento, e deve se tornar um animador da inteligência coletiva do seu grupo. Sua atividade deve-se centrar no acompanhamento e na gestão das aprendizagens.
As novas formas de comunicação, aprendizagem coletiva e colaboração em rede oferecidas pelo ciberespaço colocam em questão o funcionamento das empresas e escolas, seus modos clássicos de divisão do trabalho e muitos outros questionamentos. Mas é preciso entender que a cibercultura, não se trata de usar as tecnologias a qualquer custo, mas sim de acompanhar consciente e deliberadamente as formas institucionais, as mentalidades e a cultura tradicional dos sistemas de ensino. A grande questão da cibercultura é a transição de uma educação e formação estritamente institucionalizada, para uma situação de troca generalizada dos saberes, o ensino da sociedade por ela mesma.
AS ÁRVORES DE CONHECIMENTOS, UM INSTRUMENTO PARA A INTELIGÊNCIA COLETIVA NA EDUCAÇÃO E NA FORMAÇÃO
Com o uso de tecnologias, cada membro de uma comunidade pode fazer com que toda a diversidade de suas competências seja reconhecida, mesmo aquelas que não foram reconhecidas pelos sistemas escolares e universitários clássicos, fazem com que a comunidade cresça e se transforma na mesma medida em que as competências da própria comunidade evoluem. A organização do saber reúne saberes especializados, competências individuais, e evolui com as experiências coletivas, num sistema de árvore de competências. Essa organização diferente para cada comunidade, não reflete as divisões habituais em disciplinas, em níveis, em curso ou de acordo com recordes institucionais. Ao contrário, o dispositivo de indexação dinâmica e de navegação que ela propõe produz um espaço do saber sem separação, em reorganização permanente de acordo com os contextos e os usos.
Contribuindo para que as pessoas adquiram, uma melhor apreensão de sua situação no espaço do saber das comunidades das quais participam e podem elaborar, com conhecimento de causas, suas próprias estratégias de aprendizagem. Outro sistema interessante são os sistemas de correio eletrônico, que é um instrumento a serviço do laço social que permite trocas de saberes e emprego das competências.
Essa organização pode ate mesmo contribuir na luta contra a exclusão e o desemprego, e um melhor gerenciamento de competências, contribuindo para validar a qualificação, possuindo, portanto, efeitos positivos sobre a sociabilidade. Esse instrumento torna visível em tempo real à evolução rápida de competências muito diversas. Ao permitir a expressão da diversidade das competências, não restringe os indivíduos a uma profissão ou categoria, favorecendo assim o desenvolvimento pessoal contínuo.
BIBLIOGRAFIA: Lévy, Pierre. Cibercultura. Tradução de Carlos Irineu da Costa. São Paulo. 34 ed. 1999. 157-183.
